Vi-te ao fundo da avenida, Como quem vem do passado, O tempo passou-te na vida, Mas nos olhos — o mesmo fado. Levavas as mãos nos bolsos, Como quem guarda promessas, E eu, no silêncio dos ossos, Senti mil coisas dispersas. [Chorus] Vi-te… e sorri sem chorar, Foi só um sopro no peito, O mundo não parou de andar, Nem o meu passo foi desfeito. Foste cais onde sofri, Mas o mar já se acalmou, Hoje sou terra firme em mim, E o teu nome… já não ecoou. Lembras-te da rua estreita, Onde dizíamos “para sempre”? Agora é só uma receita, Que o tempo cozinhou lentamente. Fizeste-me flor e ferida, Tempestade e alvorada, Mas no fim desta corrida, Sou mulher reconstruída. [Chorus] Vi-te… e sorri sem chorar, Foi só um sopro no peito, O mundo não parou de andar, Nem o meu passo foi desfeito. Foste cais onde sofri, Mas o mar já se acalmou, Hoje sou terra firme em mim, E o teu nome… já não ecoou. Seguiste sem me ver bem, Ou fingiste, não sei dizer, Mas agradeço-te também, Por tudo o que não soube ser. Se um dia te lembrar de mim, Lembra a força, não a dor, Que foi no fim, e só assim, Que floresceu o meu valor.

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