
Cruzei-me contigo no vento
Cruzei-me contigo no vento, Num instante que não pedia, Eras sombra num momento, Que já nem me doía. Vi-te entre rostos sem nome, Como um eco mal guardado, Foste chama, foste fome, Hoje és só fado calado. [chorus] E eu segui, sem me perder, Com a alma leve no andar, Já não sou casa por fazer, Sou muralha a respirar. Foste mar que me afogou, Fui jangada a soluçar, Mas hoje sou porto que ficou, E não há onda que me vá levar. O teu olhar cruzou o tempo, Como se me dissesse adeus, Mas eu já não sou o templo, Onde habitavam os teus. Foste inverno que abracei, Por medo de primavera, Hoje sou flor que renascei, Num chão que já não espera. [chorus] E eu segui, sem me perder, Com a alma leve no andar, Já não sou casa por fazer, Sou muralha a respirar. Foste mar que me afogou, Fui jangada a soluçar, Mas hoje sou porto que ficou, E não há onda que me vá levar. Talvez não me tenhas visto, Ou talvez o destino quis, Que me cruzasse com o misto Do que fui e do que fiz. Mas foi breve como um sopro, Como quem toca e não sente, E no silêncio do meu corpo, Eu soube: já era diferente.
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