[Intro – falado] > “Dizem que vivemos livres… mas cada escolha já vem escolhida. Só não vê quem não quer. Ou quem ainda não acordou.” --- [Verso 1] Caminho na linha entre o certo e o caos, Com olhos abertos, mas cercado de maus. A verdade? Tá escrita nos muros da cidade, Mas censuram com tinta, apagam com vaidade. Acordo cedo, sem tempo pra sonhar, Num país onde o pobre só pode esperar. O relógio cobra, a fatura bate, Mas o salário mal cobre o que a alma abate. Vendem futuro com jargões e sorrisos, Mas é tudo vitrine pra esconder os prejuízos. Querem que eu vote, que aceite, que baixe, Mas a minha mente já não veste o disfarce. --- [Refrão] Estamos presos entre linhas e correntes, Mas a chama arde nos olhos dos conscientes. Não somos robôs nem sombras no chão, Somos povo em rima, somos revolução. --- [Verso 2] Na escola, ensinam a decorar a prisão, Não a moldar ideias, nem questionar razão. Formam peças, não mentes, nem alma, E quem sai da norma, vira trauma. Vês o puto que rimava no cais? Hoje foi levado, mas não volta mais. Dizem que foi sorte, dizem que é destino, Mas foi o sistema que lhe traçou o caminho. Políticos em palcos, com promessas de lata, Enquanto a rua engole mais uma bravata. Dizem que é democracia — mas com farda, E a liberdade morre quando a justiça tarda. --- [Verso 3] Tenho fome de mais do que pão na mesa, Quero arte viva, quero alma acesa. Quero ver a velha no centro tratada, E não num corredor a ser ignorada. Quero infância com riso, não com medo, Quero futuro com raiz, sem segredo. Não me calo enquanto houver repressão, A minha rima é faca, é revolução. Vejo soldados com crachás de banqueiro, Vejo juízes servindo ao primeiro. Mas também vejo povo com força no olhar, Pronto a tombar muros, pronto a gritar. --- [Refrão 2] Entre linhas e correntes, nasce o trovão, Somos nós a romper a programação. Não há app pra calar o coração, E a nossa rima é pura combustão. --- [Verso 4] A esperança não mora nos salões dourados, Mora nos bairros, nos cantos calados. Mora no grafite, na dança, na esquina, Na rima que corta, na lágrima fina. Tanta riqueza guardada em cofres vazios, Enquanto lares vivem entre cortes e frios. Mas cada noite fria forja um novo aço, E cada queda é um passo no traço. --- [Outro – falado] > “Eles dizem que é utopia… Mas utopia é aceitar isto como normal. A revolução começa na mente, continua na arte... e explode na rua.”

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